Durante toda a semana, o Bairro do Zambujal, na Amadora, tem sido palco de violentos confrontos entre moradores e forças de segurança. A morte de Odair Moniz, às mão da PSP, foi o rastilho para uma onda de violência em vários bairros na região da Grande Lisboa.
Os moradores do Bairro do Zambujal foram surpreendidos ao cair da noite da passada terça-feira, 22 de outubro, com o lavrar das chamas numa viatura da Carris. Testemunhas relatam vários veículos e contentores do lixo incendiados, assim como episódios de grande violência com o lançamento de pedras e outros objetos contra a polícia.
A PSP está empenhada em repor a ordem pública e a tranquilidade no bairro e apela à calma de todos os cidadãos. Reitera, contudo, que “não serão tolerados atos de desordem e de destruição praticados por grupos criminosos, apostados em afrontas a autoridade do Estado e em perturbar a segurança da comunidade”, segundo um comunicado emitido pela Direção Nacional.
O contingente policial foi reforçado no Bairro do Zambujal, encontrando-se no local vários veículos da PSP, assim como elementos armados do Corpo de Intervenção. Três pessoas foram detidas, duas por incêndio e agressões a agentes policiais e outra por incêndio e posse de material combustível.
À saída da reunião que juntou os autarcas da região e o Governo, o Presidente da Câmara Municipal de Lisboa admitiu o crescente sentimento de insegurança e a necessidade de mais policiamento. Carlos Moedas afirma que ” é preciso continuar a investir (…). Se for preciso mais esquadras em Lisboa, a Câmara Municipal arranja essas esquadras.”
António Leitão Morais, atual Ministro da Presidência, alertou para a futura utilização de meios de vigilância, que podem ser “presenciais a cibernéticos” e anunciou o escrutínio de que serão alvo as redes sociais para “detetar e prevenir todos os acontecimentos errados”. O Governo afirma que a maior presença de agentes de segurança vai ser notada pelos cidadãos.