Fábia Rebordão Reinterpreta Clássicos em Novo Álbum

A fadista Fábia Rebordão lançou um novo álbum intitulado “Eu Sou“, no qual recria clássicos da música portuguesa, oferecendo uma nova perspectiva sobre temas icónicos de Amália Rodrigues e José Afonso.

O projeto combina inovação e tradição, cativando tanto fãs de longa data quanto novas audiências.

Neste novo trabalho, Rebordão apresenta 24 faixas que mesclam fados tradicionais com interpretações contemporâneas. Entre os destaques estão as recriações de “Povo que Lavas no Rio” e “Barco Negro” de Amália Rodrigues, e um tributo especial a Fausto, com uma versão da sua música “A Voar por Cima das Águas”, aprovada pela família do compositor.

A fadista não apenas resgata temas tradicionais, mas também apresenta criações próprias, incluindo nove canções de sua autoria. Entre elas, “O Outro Lado da Viela” é uma resposta em tom feminino ao clássico “Fui de Viela em Viela” de Alfredo Marceneiro. Esse dueto entre tradição e inovação é uma marca da identidade artística de Rebordão, que procura honrar a herança do fado enquanto explora novas abordagens.

Rebordão tem sido amplamente elogiada pela crítica da sua capacidade de unir o passado e o presente, conferindo frescor a composições consagradas. O álbum também traz composições de autores contemporâneos como Luísa Sobral e Carolina Deslandes, ampliando o repertório com influências variadas. Além disso, o projeto conta com arranjos eletrônicos em algumas faixas, feitos em colaboração com Kapa de Freitas, o que reforça o desejo de modernizar o fado sem perder suas raízes.

Eu Sou” é um álbum duplo que apresenta uma combinação de voz, guitarra portuguesa, tuba, bateria e arranjos eletrônicos, criando uma sonoridade que preserva a essência do fado, mas que se expande para novos horizontes. O guitarrista Bruno Chaveiro e o produtor Kapa de Freitas foram peças fundamentais para concretizar a visão de Rebordão, que descreve o álbum como “uma afirmação de identidade própria”. Para a artista, dar uma roupagem atual a clássicos é uma forma de manter a memória viva e ao mesmo tempo torná-los mais acessíveis ao público contemporâneo.

Este projeto de Fábia Rebordão destaca-se como uma ponte entre o passado e o futuro do fado, mantendo as suas raízes, mas abrindo espaço para novas interpretações e influências. Ao se reapropriar de clássicos e adicionar suas próprias composições, Rebordão dá continuidade ao legado do fado, conferindo-lhe uma nova vitalidade para a atualidade.

Posted by Margarida Pinto