O Twitter anunciou esta segunda-feira, em comunicado, que Elon Musk é agora o detentor da totalidade da rede social. O dono da Tesla promete a liberalização dos conteúdos e a expansão da liberdade de expressão, mas alguns temem as consequências.
Semanas depois de ter adquirido 9,2% do capital do Twitter, Elon Musk fecha um um novo acordo e compra a plataforma por mais de 40 mil milhões de euros. O investimento do multimilionário surge no seguimento de publicações polémicas e duras críticas às políticas de liberdade de expressão vigentes n aplataforma, que considera restritivas e anti-democráticas.
Perante as reacções mistas, Musk recorreu ao Twitter para clarificar que a liberdade de expressão visada engloba todo o tipo de discurso “que vá ao encontro da lei” – qualquer medida em contrário, defende, constitui uma forma de censura.
By “free speech”, I simply mean that which matches the law.
— Elon Musk (@elonmusk) April 26, 2022
I am against censorship that goes far beyond the law.
If people want less free speech, they will ask government to pass laws to that effect.
Therefore, going beyond the law is contrary to the will of the people.
As críticas, porém, continuam a multiplicar-se. A privatização do Twitter vem reacender o debate sobre a extensão do poder dos milionários, bem como os limites entre liberdade de expressão e discurso de ódio. Alguns jornalistas prevêem que as novas medidas possam permitir ameaças, assédio e conteúdo potencialmente ofensivo, sobretudo contra mulheres e minorias étnicas, que ditariam a “sentença de morte” da rede social. A reconsideração dos critérios de conduta tem suscitado particularmente discussões quanto à situação de contas suspensas ou eliminadas, como a de Donald Trump.
Outros críticos realçam, ainda, que algumas funcionalidades propostas por Elon Musk – como a possibilidade de “editar” publicações e alterar o conteúdo original – poderão facilitar a propagação de desinformação e conteúdo deliberadamente falso.
Apesar de um aceso debate, com opiniões divergentes e sucessivas declarações publicadas pelo homem mais rico do mundo na sua conta pessoal, o futuro do Twitter mantém-se, por enquanto, uma incógnita.