Impacto da violência doméstica no desenvolvimento das crianças

Violência doméstica deixa crianças em permanente sofrimento e provoca alterações neurológicas.

As crianças vítimas de violência doméstica experienciam diversos problemas de saúde (física e psicológica), entre os quais, perturbações da alimentação, dificuldades da aprendizagem, problemas comportamentais, medo culpa e zanga, isolamento social, ansiedade, quadro depressivo, agressões a outras crianças, insónia, pesadelos, culpa, vergonha e pensamentos suicidas.

Quando, na infância, as crianças experienciam ou testemunham situações de violência, existe maior probabilidade de continuarem envolvidas no ciclo de violência na idade adulta pois vêem os pais como modelos a seguir, perpetuando o ciclo de violência nas gerações seguintes.

Internacionalmente, a exposição das crianças à violência doméstica tem sido cada vez mais reconhecida como uma forma de abuso infantil de acordo com a ordem dos psicólogos.

A psicóloga Maria Louro aponta que se trata de uma violência repentina e imprevisível, em que a criança está permanentemente à espera que qualquer coisa possa desencadear um episódio de violência, como se estivesse sempre em ‘suspense’, vivendo em modo de sobrevivência, o que provoca alterações biológicas, mas também psicológicas e emocionais.

Aos três anos, as crianças já têm capacidade para memorizar o que se passa à sua volta e diferenciar a realidade de fantasia, segundo especialista Maria Louro, docente e representante de Portugal na Associação Ibero-americana de Psicologia Jurídica.

As crianças que vivem neste ambiente devem ser acompanhadas por especialistas de forma a conseguirem ultrapassar estas alterações neurológicas e não seguirem os padrões dos pais.

Um dos casos recentes a envolverem violênncia doméstica sobre crianças foi o do ex-diretor de comunicação do Futebol Clube do Porto, Francisco J. Marques.

Posted by Soraia Goncalves