Filipa Castelão

Elon Musk: novo dono e velho utilizador polémico do Twitter

O bilionário com um passado controverso no Twitter, está atualmente envolvido num debate público de opiniões após a compra daquela rede social

Musk está presente no Twitter desde 2009 e desde de 2017 que demostra nas suas publicações o desejo de comprar a plataforma para proceder à sua transformação, em vários aspetos. As suas críticas ao funcionamento atual do Twitter referem-se sobretudo à exagerada moderação dos conteúdos e às alegadas violações da liberdade de expressão por parte da empresa.

A conta de Elo Musk no Twitter conta com mais de 85 milhões de seguidores com quemo multimilionário partilha essencialmente memes, notícias sobre as suas empresas, Tesla e Space X e comentários sobre o seu dia-a-dia. 

Recentemente, para além das partilhas habituais, tem relatado os seus movimentos face à compra, críticas sobre os princípios da plataforma e recomendações de alterações.

Ao longo das semanas de negociação, os seus tweets levaram muitos internautas a intuirem que a compra estava iminente e até a recomendá-la. 

No passado, Musk tem-se mostrado como um utilizador muito ativo, envolvendo-se em polémicas com algumas publicações na rede. O seu discurso online tem até levado o empresário a ser objeto de algumas ações legais. 

Agosto de 2018 – um tweet de 40m dólares

Em agosto de 2018, Musk tweetou que iria privatizar a empresa que fundou, a Tesla, pagando um valor de 420 dólares por ação. O tweet levou a uma investigação pela SEC (Securities and Exchange Commission) que concluiu que as afirmações não tinham fundamento e prejudicavam os investidores. Esta publicação levou a que o empresário fosse forçado a assinar um acordo em que se comprometia a não escrever sobre a empresa sem a aprovação legal do conselho, promessa que Musk viria a quebrar em 2020 e 2021. 

Este tweet gerou também um processo por parte dos acionistas da empresa, que defendiam que o tweet foi incorreto e prejudicou a empresa.

2019 – Retaliação através de difamação

Em 2019, Musk viu-se envolvido em mais uma polémica que desembocou em processos judicias e teve que comparecer em Tribunal para responder a uma ação de difamação que lhe foi imposta devido a tweets e outras declarações sobre Vernon Unsworth. 

Em causa estava um tweet que se referia a Vernon como pedófilo. A declaração foi publicada como resposta depois de Vernon ter ridicularizado os planos de Musk de resgate de uma equipa de futebolistas jovens presos numa gruta na Tailândia. 

A publicação foi alvo de sérias críticas e culminou no processo judicial. Musk apagou o tweet em causa e acabou por pedir desculpa e assumir o erro.

2020 – as controvérsias com a pandemia 

Em 2020. Musk foi também bastante criticado por publicar uma série de tweets a desvalorizar o covid-19 e vocalizar a sua posição contra o confinamento. Chegou a publicar um meme, que depois apagou, em que fazia uma comparação entre o primeiro ministro canadiano, Justin Trudeau, e Adolf Hitler devido às medidas de vacinação. 

2021 – consequências para a Tesla

No ano passado, os acionistas da Tesla processaram o seu fundador por causa da sua actividade online. Na raiz deste processo está uma perda de mil milhões de dólares devido a um confronto entre Musk e a senadora Elizabeth Warren que alegadamente fez com que o preço das ações descesse. 

Ao longo dos anos, Elon Musk tem usado a plataforma para tweets humoristas sobre a possibilidade de se comprar os carros Tesla com bitcoins, assim como sobre despedir-se e tornar-se influencer e destruir o planeta marte. 

A sua intenção liberalização de discurso é aquilo que mais preocupa os observadores no processo de compra desta rede social, uma vez que Musk é um partidário da liberdade de expressão sem limites. 

Posted by Filipa Castelão in Factualidades, Temporada 2021/2022

IndieLisboa é prova de vitalidade do cinema português

O regresso do festival está marcado para 28 de abril e prolonga-se até 8 de maio. A programação da 19ª edição está fechada e conta com cerca de 250 filmes em exibição e a promessa da competição mais extensa de longas metragens da história do festival.

A direção anunciou que nas competições estarão várias produções exibidas e premiadas em festivais estrangeiros, nomeadamente com películas de Jorge Jácome e Pedro Neves Marques.

A competir para a secção de longas-metragens estão nove obras, “numa prova da vitalidade que se vive atualmente no cinema português”, segundo a organização.

Das obras escolhidas algumas são estreantes nesta secção, como “Super Natural” de Jorge Jácome, exibido e premiado em Berlim, “Água do Pastaza”, de Inês T. Alves, também exibido em Berlim, e “Rua dos Anjos”, de Renata Ferraz e Maria Roxo.

Aos estreantes juntam-se ainda os documentários “Atrás Dessas Paredes”, de Manuel Mozos, e “Viagem ao sol”, de Susana de Sousa Dias e Ansgar Schaefer, que parte de testemunhos de antigas crianças austríacas enviadas para Portugal depois da II Guerra Mundial.

Integram ainda na competição mais extensa de sempre do festival, “Via Norte”, de Paulo Carneiro, que já foi exibido, este mês, no festival Visions du Réel, na Suíça, “Mato Seco em Chamas”, de Adirley Queirós e Joana Pimenta, que foi premiado no festival Cinema du Réel, “Frágil”, de Pedro Henrique, e o “O Trio em Mi Bemol”, de Rita Azevedo Gomes, que se baseia numa peça de Éric Rohmer.

Tal como na competição de longas-metragens, a de curtas-metragens reúne um “misto de autores estabelecidos e novos cineastas”, segundo a organização. Nesta competição estarão obras como “Domy + Ailucha – Cenas Kets!, de Ico Costa, que foi premiado no Cinema du Réel, “By Flávio”, de Pedro Cabeleira, que estrou em Berlim e “Tornar-se um Homem na Idade Média”, de Pedro Neves Marques, galardoado no festival de cinema de Roterdão.

Fora da competição, mas em exibição nas sessões especiais destaca-se uma estreia dupla do realizador João Botelho, “O jovem Cunhal”, sobre o líder histórico do PCP, Álvaro Cunhal, e “Uma Coisa em Forma Assim”, sobre o escritor Alexandre O’Neill. Nesta secção, estarão ainda mais três filmes em exibição, “Sita – A Vida e o Tempo”, de Margarida Cardoso, “Lisboa cidade triste e alegre, de João Trabulo, “Um Nome para o que sou”, de Marta Pessoa e a estreia de “Sita – A Vida e o Tempo”, de Margarida Cardoso.

A sessão de abertura será concretizada por dois filmes: “Albufeira”, de António Macedo e “Zéfiro”, de 1993, de José Álvaro de Morais. A sessão de encerramento fica para “A viagem de Pedro”, uma antestreia nacional de Laís Bodanzky, que conta a história do regresso a Portugal do ex-imperador do Brasil, num drama de reflexão sobre a procura de um propósito.

O Festival decorrerá no cinema São Jorge, na Culturgest, na Cinemateca Portuguesa, no Cinema Ideal e na Biblioteca Palácio Galveias, retomando o calendário do festival pré-pandemia. Toda a programação pode ser consultada online. Os bilhetes estarão à venda na Ticketline e nas bilheterias físicas do festival a partir do dia 14.

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Taxa de abstenção altera tendência crescente

Após o fim da contagem de votos em Portugal Continental e nas ilhas, ficando apenas a faltar os resultados dos círculos Fora da Europa e Europa, a taxa de abstenção ficou pelos 42,04%. 

Apesar de ser um valor ainda elevado, estas eleições antecipadas conseguiram reverter a tendência crescente desde 2005 de uma fraca afluência às urnas. Em 2019, a taxa de abstenção foi de 51,43%.

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Eleição marcada pela diminuição do número de mulheres no Parlamento

Faltando apurar 4 mandatos, nos círculos europeus e fora da Europa, estas eleições ficam marcadas pela diminuição do número de mulheres no Parlamento. 

Em 2019, foram eleitas 86, tendo o número baixado para 82. 

Na maioria dos partidos, o número de homens é significativamente superior. O PS elegeu 72 homens e 45 mulheres, enquanto o PSD elegeu 45 homens e 26 mulheres. 

A disparidade é ainda mais notória no Chega, que dos 12 deputados eleitos, elege apenas 1 deputada, Rita Matias. A Iniciativa Liberal será representada por cinco homens e três mulheres.

Na CDU há uma igualdade de géneros, tendo três homens e três mulheres e o Bloco de Esquerda, à exceção dos partidos de deputado único, que tem superioridade feminina, com a eleição de três mulheres e dois homens. 

O PAN, como partido de um só deputado, elegeu uma mulher, Inês de Sousa Real e o Livre, também tendo só um deputado elegeu um homem, Rui Tavares.

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PS consegue maioria absoluta

Embora as flutuações mostradas ao longo dos últimos dias de sondagens e a previsão de um resultado renhido, PS consegue a maioria absoluta na Assembleia da República.

Elege, assim, 117 deputados, com 41, 68% dos votos. Este resultado, apesar de ter sido um cenário apresentado como possível, não deixa de ser uma das grandes surpresas desta noite de eleições. Umas das figuras do partido que o assumiu, foi Pedro Nuno Santos que declarou que não esperavam uma maioria absoluta como resultado das sondagens voláteis apresentadas ao longo dos últimos dias.

Esta maioria é a segunda conseguida pelo Partido Socialista, que já a tinha atingido em 2005 sob chefia de José Sócrates, quando conseguiu eleger 121 deputados.

Em segundo lugar fica o Partido Social Democrata, que conseguiu eleger 71 deputados, com 27,80% dos votos, tornando o partido como um dos principais derrotados da noite, o que levou à demissão do líder Rui Rio.

Chega é o partido que mais cresce nestas eleições antecipadas, assegurando, sozinho, a terceira força política. Elegeu 12 deputados, com 7,15 % dos votos. O quarto lugar é alcançado pela Iniciativa Liberal, que também cresce de 2019 para 2022, elegendo 8 deputados, com 4,89% da votação total, apesar de ficar em terceiro lugar nos círculos de Lisboa e Porto.

O Bloco de Esquerda e a CDU são apontados como derrotados da noite, que viram o seu eleitorado preferir o voto no PS e outros, no Chega. O Bloco passa de terceira força política para quinta com 4,46% dos votos e 5 deputados, perdendo 14 deputados e a CDU não consegue eleger qualquer deputado dos Verdes, conseguindo um valor de 4,39% de votos.

O partido Pessoas Animais Natureza, PAN, esteve até à última sem saber se teria elegido algum deputado. Mas consegue, em Lisboa, com 1,53% dos votos eleger um deputado, tal como o Livre que obteve 1,28 % da votação.

Apesar de ser um cenário possível, a surpreendente perda de representação parlamentar do CDS não deixou de marcar estas eleições antecipadas, conseguindo reunir 1,6% dos votos do total nacional. 

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Inês de Sousa Real: “é com muita tristeza que assumo este mandato sozinha”

O resultado para o PAN não foi positivo e ficou aquém dos objetivos apresentados ao longo da campanha eleitoral. O partido perde, assim, expressão parlamentar, conseguindo apenas um deputado, ao contrário do que aconteceu em 2019, onde atingiu 4 deputados.

Inês de Sousa Real foi a última líder partidária a falar devido à espera pelo fim de contagem dos votos, visto que foi nas últimas contagens do distrito de Lisboa que conseguiu ser eleita, assumindo este resultado.

Para Inês de Sousa Real não é só o resultado do PAN que a deixa derrotada, mas também o crescimento do populismo, lamentando a presença no Parlamento “do racismo” e do “neoliberalismo”. Apesar de permanecer numa posição disposta ao diálogo, considerou mau para o país uma maioria absoluta do PS, pela falta de pluralismo político.

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CDS não elege nenhum deputado e Francisco Rodrigues dos Santos demite-se

Após uma grande derrota do CDS, que ao final de 47 anos perde a sua representação parlamentar, Francisco Rodrigues dos Santos assume responsabilidade pelos maus resultados e demite-se.

Declara que “achávamos que o país precisava de uma alternativa clara ao PS e esbater partidos populistas”, mas aceita que não foi uma estratégia de sucesso.

“O meu partido será sempre o CDS e procurei afirmar a voz de uma direita social cristã conservadora nos costumes”.

Francisco Rodrigues dos Santos

O líder centrista acrescentou que “deixei de ter condições para continuar a governar” o partido, pelo que “apresentei a minha demissão, assumindo a responsabilidade pela derrota.

Parabeniza António Costa pela vitória, e os portugueses que se dirigiram às urnas para efetivar as suas escolhas.

Apesar dos resultados negativos, agradece a todos os que investiram na campanha do partido, especialmente à Juventude Popular pelo seu esforço de mobilização e a todos os que votaram e reforçaram a confiança no partido.

Após um resultado negativo, que marca a história do partido, Rodrigues dos Santos afirma que não virará as costas ao partido, mas que não desempenhará a função de líder.

 O ex-líder José Ribeiro e Castro lamenta o sucedido, mas defende que o “o partido está vivo”.

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António Costa: “uma maioria absoluta não é o poder absoluto”

António Costa discursou sem certezas de uma maioria absoluta, mas numa altura em que essa possibilidade crescia. Reiterou o que disse ao longo da campanha e de debates quando apelava a uma maioria absoluta:

“Uma maioria absoluta não é o poder absoluto. Não é governar sozinho, é uma responsabilidade acrescida”.

Garante que será uma maioria consciente e de diálogo, afirmando que irá reunir com todas as forças políticas à exceção do Chega, assumindo que “não pisará o risco” e que esta maioria só foi possível porque se juntaram portugueses das mais diversas famílias políticas e por isso respeitará os demais partidos. 

Após semanas caracterizadas por fortes disputas e de uma luta renhida entre os diversos partidos, o secretário geral do PS mostra-se emocionado, confiante e triunfante com os resultados obtidos. “Os portugueses mostraram um cartão vermelho a qualquer crise política”, acrescentado que os portugueses reforçaram a confiança no seu papel como primeiro-ministro e que pediram com esta eleição, um governo  de “estabilidade, certeza e segurança”.

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Rui Tavares é eleito pelo Livre

O partido Livre consegue manter assento parlamentar e elege Rui Tavares pelo círculo eleitoral de Lisboa.

Nas declarações prestadas após a eleição, o dirigente do partido afirma que “vamos comemorar o oitavo aniversário do Livre com o regresso à Assembleia de Portugal para ficar, para sermos os representantes da esquerda verde europeia em Portugal, preenchendo finalmente uma lacuna de décadas”.

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João Cotrim Figueiredo sai vitorioso

João Cotrim Figueiredo realça o resultado positivo da Iniciativa Liberal e afirma que conseguiu cumprir os objetivos propostos pelo partido.

“passámos de nona para quarta força política” e afirma que conseguiu cumprir os objetivos propostos pelo partido”.

João Cotrim Figueiredo

Afirma que já congratulou António Costa pela “clara vitória”, mas garante que fará oposição firme no Parlamento.

De acordo com Cotrim Figueiredo, a Iniciativa Liberal mostrou “que é possível fazer uma campanha com clareza de objetivos, com coerência de comportamento, com coragem de falar naquilo que é popular e naquilo que não é popular”.

A Iniciativa Liberal cresce nestas eleições face ao ano de 2019, e prova que “é possível ganhar votos sem ser populista, sem ser extremista. E essa é a vitória da democracia em Portugal”.

Reitera no seu discurso o objetivo de ter uma forte expressão na oposição ao socialismo e que pretende ainda provar ao “povo português que o liberalismo funciona”.

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