“Ela” é a personagem principal da peça e aparece em palco para fazer uma retroespetiva sobre o que lhe aconteceu ao longo da vida, mas sobretudo questionar o seu relacionamento com família, namorados e amigos.
No meio dessas interrogações, a personagem vê-se confrontada com o aparecimento de uma estranha, sem saber se essa relação vai durar ou acabar como as outras.
Segundo o encenador, António Simão, a peça é “um meio caminho entre o romance e o drama” porque simboliza o falhanço, a crise existencial, a solidão e o que isso representa.
Num ambiente muito despojado, no qual a palavra se sobrepõe ao ambiente, a personagem é constantemente confrontada com a complexidade de viver com os outros e a impossibilidade de viver sem eles, um aspeto que obrigada também o espectador a questionar-se a si mesmo.
“É apanágio do autor, que tem uma escrita muito particular e faz uma reflexão sobre alguns temas que, podemos dizer, versam sobre a nossa existência”, revelou António Simão.
Arne Lygre coloca na peça “uma certa estranheza, um certo distanciamento”, visível no próprio cenário, uma parede que se prolonga pelo chão, com uma parede estreita e onde existem duas ou três plataformas espelhadas, e na forma como põe as personagens a falarem de si na terceira pessoa.
Com tradução de Pedro Porto Fernandes, “Proximidade” tem na interpretação Isabel Muñoz Cardoso, Rita Durão, Pedro Carraca e Simon Frankel.
A peça vai estar em exibição no Teatro da Politécnica até 03 de dezembro, com récitas de terça-feira a quinta, às 19:00, às sextas, às 21:00, e, aos sábados, às 16:00 e 21:00.