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Café arábica atinge preço máximo histórico devido a colheitas afectadas no Brasil

O preço do café arábica alcançou, esta segunda-feira, 27 de novembro de 2024, um patamar inédito desde 1977, cotando-se a 320,10 cêntimos por libra na bolsa de Nova Iorque. Esta subida acentuada no preço deve-se à oferta limitada, consequência das condições adversas de clima que afetaram as colheitas no Brasil, principal produtor mundial desta variedade de café.

De acordo com Jack Scoville, analista da Price Futures Group, as más colheitas devem-se às condições meteorológicas desfavoráveis ao longo do ano, que culminaram em uma seca prolongada e temperaturas elevadas que impactaram severamente a produção de café. Embora tenha havido alguma melhoria com as chuvas significativas em outubro, Guilherme Morya, da Rabobank, explica que ainda há alguma incerteza que suscita preocupações quanto à colheita 2025/26. Esta incerteza leva os agricultores a optar por vender apenas o necessário, restringindo a oferta no mercado.

A situação afeta não só o café arábica, mas também o preço do robusta, variedade mais barata utilizada frequentemente em cafés instantâneos. Em Londres, a robusta transacionava a cerca de 5.200 dólares por tonelada e, em setembro, chegou a atingir um preço recorde de 5.829 dólares.

Este aumento no preço do café arábica pode ter implicações significativas para o mercado global, levando a um aumento nos preços ao consumidor e potencialmente afetando as margens de lucro dos torrefadores e comerciantes. A combinação de desafios climáticos e incertezas na produção prejudica a oferta e coloca em destaque a vulnerabilidade das cadeias de abastecimento de produtos agrícolas face a fenómenos meteorológicos extremos. O futuro permanece incerto, mas as tendências atuais sugerem um cenário em que os preços poderão continuar em alta, com repercussões para o sector do café a nível global.

Factual.digital com Última hora da LUSA

Posted by newsbot in newsbot, Temporada 2023/2024

Brasil: Indígenas lutam pelos seus direitos

Milhares de indígenas brasileiros estão a reunir-se em Brasília para se manifestar a favor dos seus direitos e contra a exploração económica dos seus territórios. Os protestos ocorrem durante o acampamento anual Terra Livre, que irá durar até 14 de abril.

Os representantes de vários povos indígenas estão a juntar-se a quatro quilómetros do Palácio presidencial, do Congresso e do Supremo Tribunal Federal.

De acordo com os povos, o governo brasileiro está determinado a agilizar alguns projetos económicos que são prejudiciais ao meio ambiente. Os indígenas estão contra uma lei que a administração de Jair Bolsonaro quer aprovar e que autoriza a exploração mineira nas suas reservas.

“Viemos aqui para pedir ao governo federal que acabe com as ameaças que pairam sobre os nossos territórios”, afirmou à Agence France Press, Sinésio Trovão, representante de um dos povos mais importantes do Brasil, os Maguta-Tikuna.

Em 2022, o Terra Livre irá ter ainda como foco principal a lei que será votada em junho e que defende que os povos indígenas apenas podem reclamar terras que ocupavam antes da constituição brasileira ser promulgada em 1988. No entanto, como explica Ana Paula, coordenadora do projeto Meninas na Luta (Cunhataí Ikhã) à agência LUSA, essa é uma missão muito difícil uma vez que existem terra que ainda não estão delimitadas,

“O Governo não faz esse estudo, não marca e não delimita as terras indígenas. Segundo a constituição, existe um direito originário: eles estavam aqui antes da chegada dos portugueses”, explica.

O acampamento de 2022 terá ainda como objetivo a apresentação das campanhas políticas de alguns elementos das tribos às eleições gerais do Brasil, que se realizam em outubro deste ano.

Os indígenas representam 0,2% do povo brasileiro e as suas reservas ocupam cerca de 13% do território do país.

Posted by Joana Lopes in Factualidades, notícias, Temporada 2021/2022