Os comunistas consideram as reformas dos pescadores “extremamente baixas” e alertam que esse facto está desencorajar o futuro da profissão
Na sequência de duas sessões sobre as reformas nas pescas, realizadas em Ponta Delgada e em Rabo de Peixe, na Ilha de São Miguel, o PCP/Açores criticou hoje as “reformas extremamente baixas que os pescadores auferem”, e que resultam, denunciam os comunistas num “desencorajante futuro da profissão”.
De acordo com uma nota de imprensa, os comunistas referem que o setor está “ensombrado por mais uma decisão que parece estará ser tomada longe: a criação de mais áreas marítimas ditas protegidas que, ao serem concretizadas, restringiriam de forma drástica o já reduzido espaço de pesca explorado pela frota açoriana, sem trazer nenhuma séria melhoria no estado dos recursos”. Ressaltaram também que tem vindo a ser uma progressiva degradação da sua situação económica que vem piorar desde os anos 80, “em grande parte pelas políticas da União Europeia orientadas pela concentração do direito de produção nas mãos de um restrito grupo de países e de grupos económicos”, ao que o PCP/Açores acrescentou, face a isto, que “os sucessivos governos nacionais e regionais nada fizeram para minimizar o prejuízo, bem pelo contrário”.
Para além disto, o PCP/Açores refere que foi ainda abordado o “montante escandalosamente baixo recebido pela maioria dos pescadores”, sendo que “há muitos deles que, com reformas muito abaixo do salário mínimo, que deixaram de auferir o complemento regional por serem ‘empresários’, isto é, ‘armadores’.
O PCP/Açores defende a urgência da eliminação desta injustiça pela Assembleia Legislativa Regional, abrindo os olhos para a realidade da maioria dos pescadores, particularmente em São Miguel, acrescentando que “a maior parte destes armadores são apenas reformados proprietários do pequeno barco que dá trabalho aos filhos”.